sexta-feira, 20 de maio de 2016

Desmame do Biel



E, então ele não mama mais no peito. Aprendemos outras formas de chamego e mais um monte de maneiras de ficarmos juntinhos. Passamos pela primeira semana de transição com absoluta tranquilidade. Sim, ele é desses que encara as mudanças com naturalidade. E eu babo.

Mas, hoje, resolvi falar desse processo para tentar, com a minha experiência, ajudar a outras mães. Biel nunca teve amamentação natural exclusiva. Embora tivesse a pega corretíssima, nasceu com uma baita preguiça e, mesmo com muito esforço e dedicação, teve o ganho de peso prejudicado. Entramos com a complementação com leite artificial. E vivemos uma maratona. Ele - obrigatoriamente - passava pelos dois peitos antes de ir para a mamadeira. E, contrariando muitas "profecias", o interesse pelo peito continuou intacto.

Assim foi com a introdução dos sucos, das patinhas de frutas e das salgadas. Assim foi com a entrada na creche. Perdi a conta de quantas vezes, mal tinha tempo de ir ao banheiro quando chegava do trabalho, porque ele já estava me esperando, louco pelo nosso momento.

OK, eu dificultei sua vida, optando por não fazer a mudança dos bicos da mamadeira, adequando o fluxo ao tempo de vida do Biel. Ele nunca saiu do bico "0", que oferecia o fluxo mais lento, justamente para que ele não sentisse mais facilidade ao mamar o leite artificial. Coincidência ou não, deu certo! E o peito, mesmo com toda a alimentação introduzida, ainda era o seu preferido!

Aí, você pode me questionar: "mas, então, por que desmamá-lo?". Simples. Ele passou a confundir o "estar comigo, querer meu colo e carinho" com estar no peito. A sugada já era diferente. Bem diferente. E - o principal - passou a negar a comida, frutas e sucos, quando eu estava por perto. Tudo para ter a oferta do peito. Resultado: irritação, alteração no sono e fome.

Pensei muito. Refleti por mais de uma semana. E decidi, com dor no coração, que meu Biel precisava ultrapassar essa barreira. E o meu pequeno, com toda a graciosidade do mundo, me mostrou que estava absolutamente pronto para encarar essa nova fase.

Compartilho isso tudo para deixar claro o seguinte. Lembram daqueles conselhos e intromissões do início de vida dos nossos pequenos? Pois é. Eles reaparecem frente a qualquer decisão sua. Mas não desista. VOCÊ é a mãe! E não há ninguém melhor que VOCÊ para decidir o que é melhor para o seu filho.

Acho lindo mulheres cujos seios jorram litros de leite, mesmo quando a demanda já está bem reduzida. Mas não é o meu caso. Como pode não ser o seu. Ou da sua esposa. Ou da sua irmã, amiga, cunhada. E tudo bem se isso acontecer. A natureza não se caracteriza por produção em série. Se você não é "vaca leiteira" igual à sua prima, reconheça isso, e faça o que for mais adequado para o ser mais importante da sua vida.

Esteja segura de ser a melhor mãe que você pode. O que isso significa é problema seu! Lembre-se: a vida vai seguir de qualquer jeito. Opte por caminhar mais leve!

Márcia Corrêa